/Qual a melhor estratégia de gestão da permanência de alunos pós-pandemia?

Qual a melhor estratégia de gestão da permanência de alunos pós-pandemia?

A evasão é um dos grandes problemas da educação brasileira, cujo fenômeno resulta da descontinuidade do aluno regular em seu percurso acadêmico na instituição de ensino. Não é exagero afirmar que a evasão atinge todo o sistema educacional, gerando consequências sociais, acadêmicas e econômicas, influenciando o desenvolvimento humano de todas as nações  (MOROSINI, 2012). 

Por isso, fica evidente que, para analisar e compreender a evasão, é necessário avaliar os motivos que levam aos alunos a tomar a decisão de sair da instituição. Mas em época de pandemia, quais seriam os motivos e como evitar esta saída?

Importante considerar que para Tinto (1987) que a evasão e a permanência possuem um ponto comum, que é o resultado ou reflexo  da decisão individual do aluno quanto à sua capacidade ou disposição de concluir exitosamente as tarefas relacionadas ao seu percurso na Instituição, e no caso atual, seria o de compreender como a instituição assegurou que seu aluno, mesmo a distância se manteve motivado e comprometido com seus propósitos diante das dificuldades de interação presencial.

A solução EAD está sendo  o protagonista desse momento, todavia, não podemos assegurar que as ações institucionais, como aulas remotas via plataformas digitais sejam suficientes para manter conteúdos, o aprendizado do aluno e sobretudo a motivação para continuar. Além disso, conforme assegura Netto (2010), as características da relação do aluno com a Instituição na modalidade a distância refletem-se também nas suas principais causas de evasão, sobretudo pela pouca interação humana presencial e pela forma autoinstrucional exigida ao aluno.

 Não se pode afirmar ainda, que no cenário de pandemia, exista uma fórmula adequada para mitigar possível evasão, o que se pode avaliar, em especial as Instituições é se as ações para além dos ambientes virtuais, envolveram uma relação interacional com qualidade, mesmo que remota, de todos os atores como professores, colaboradores, alunos e pais que seja suficiente para manter os propósitos e expectativas de seus educandos.

As causas são inúmeras e dependem de múltiplos fatores, mas o afastamento compulsório  imposto pela pandemia  é a causa comum do momento. Contudo, o importante é focar na qualidade da interação apresentada pela instituição (professores e colaboradores) e aluno, pois este é o caminho mais adequado para avaliar e mitigar a possível evasão.

Este momento de “quase retorno” é fundamental para que as instituições promovam ações eficazes para que o professor se sinta apoiado e por consequência, o aluno seja acolhido num momento tão atípico para a educação. Garantir a renovação desse compromisso do aluno será o resultado da percepção de alunos/famílias com as propostas institucionais de retomada.

Juarez Moraes Ramos Junior

Mestre em Gestão Educacional – Unisinos

Executivo Gestão Educacional |  Diretor de Operações|CEO Educalogo